terça-feira, 13 de setembro de 2011

Abrindo mão do que é legítimo

O Apóstolo Paulo voluntariamente abriu mão de coisas que seriam, em si mesmas legítimas, a fim de promover os interesses da fé e o bem dos homens. O casamento era coisa permitida ao Apóstolo  Paulo como a qualquer outro homem, como  ele mesmo afirmou. Mas ele não usou essa liberdade porque julgou que, solteiro, teria maior vantagem na disseminação do evangelho. Era lhe legítima, também, outra postura de vida em relação ao que comer ou beber, com toda liberdade para escolher qualquer comida saudável. Tinha direto ao sustento a ser pago por aqueles aos quais pregava. Entretanto, de tudo abriu mão porque julgou que, nas circunstâncias e condições históricas da igreja de Cristo, a fé e o bem do próximo seriam mais bem promovidos se não reivindicasse seus direitos. Por  amor do evangelho e dos homens, Paulo deixou de receber todas as vantagens externas que poderia ter obtido: “...se a comida serve de escândalo ao meu irmão, nunca mais comerei carne, para que não venha a escandalizá-lo “ ( I Cor. 8:13 ). Não somente evitava as coisas em si mesmas inúteis, mas aquelas que poderiam dar ocasião ou expor  a si mesmo e a outros ao pecado. Então ele continua no próximo capítulo : Não sou eu, porventura,  livre ? Não sou apóstolo ? Não vi Jesus, nosso Senhor ? Acaso, não sois fruto  do meu trabalho no Senhor ? Se não sou apóstolo para outrem, certamente, o sou para vós outros; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor. A minha defesa perante os que me interpelam  é esta : não temos nós o direito  de comer e beber ? E também de fazer-nos acompanhar de uma mulher iermã, como fazem os demais apóstolos, os irmãos do Senhor e Cefas ? ou somente eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar ?  (  Cor. 9 : 1 – 6   ). O apóstolo não somente abriu mão de coisas pequenas, mas  passou por grandes dificuldades ao deixar de usufruir coisas que, em si, seriam legítimas. Custou-lhe bastante  esforço físico ter de  trabalhar no ministério  e para o próprio sustento. Mas ele o fez, voluntariamente, trabalhando  com  as próprias mãos.  Como ele disse, embora fosse livre de todos os homens , no entanto, fez ser de todos para que obtivesse maiores  resultados.
Que isso sirva para induzir as pessoas a considerarem se as próprias desculpas para todas as liberdades a  que se permitem são condizentes com seu cristianismo.Talvez sejam legítimas as coisas que desejam, talvez não sejam proibidas. Mas ninguém poderá negar que, em dadas circunstâncias e condições, talvez se inclinem para o mal, expondo o indivíduo a tentação, ferindo a crença na fé e servindo de pedra de tropeço para outros  ou, como disse o apóstolo, causando ofensa a outras pessoas. Tais pessoas firmam-se em certa práticas, alegando não serem em si  mesmas contra a lei, e não escutam os conselhos para evita-las.
Julgam ser desarrazoado de se tolher tão estritamente, isto é, que não possam tomar, aqui e ali, de certas liberdades, mas que antes tenham  de ser mais rígidas e preciosas do que as pessoas comuns. De fato, perguntam : “ Não será irracional que me negue coisas legítimas , como comer carne, só para ceder à consciência de alguns fracos cujo escrúpulos são exagerados? Por que eu deveria me negar o conforto do casamento, que o próprio Cristo ordenou a seus  ministros, só  para evitar objeções de pessoas desarrazoadas ? ¨O apóstolo Paulo, contudo, tinha outro espírito. Ele visava a promover o interesse da fé e o bem da igreja, por quaisquer meios necessários.Para isso, preferiu abrir mão dos confortos e prazeres comuns da vida, a ver a fé naufragar.                                                                                                 Deus abençoe.
Fonte – A busca da Santidade ( Jonathan Edwards )


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